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STJ - Intranet/STJ - Edições

8 de março de 2016 - ed. 349

Muitas em uma só
 

Muitos concordam que as experiências pessoais, no decorrer de uma existência, trazem aquisições importantes, seja no campo profissional ou pessoal. O aprendizado é intenso e contínuo, garantindo a cada um lições, muitas vezes, indispensáveis ao crescimento individual. Ouve-se aqui e ali que os tempos não andam muito fáceis. De fato, nem sempre a realidade resulta na concretização dos anseios alimentados. Entretanto, se um minucioso exame for feito, em ampla análise, é possível diagnosticar que o resultado terá sido, ao final, bastante proveitoso.

Aqui no Tribunal, a Maria de Fátima Santana, servidora da Seção de Enfermagem, e a colega Adélia Cerqueira, da Seção de Apoio Administrativo, unidades da Secretaria de Serviços Integrados de Saúde (SIS) integram o vasto universo feminino das que foram à luta, sem deixar cair a peteca, como diz a máxima popular.

A gente não esquece

Adélia e Maria de Fátima tomaram posse pouco tempo depois da extinção do Tribunal Federal de Recursos (TFR) e criação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pela Constituição Federal de 1988. Elas conhecerem a antiga sede do Tribunal e guardam recordações.

“Sou da época de 90 e, quando cheguei, no prédio antigo, já era STJ. Lá, era pequeno, não era esse prédio enorme de hoje. O serviço médico era como esse, mas tinha diferenças, Uma das diferenças é que a gente tinha uma farmácia, então você consultava e já levava o remédio”, lembra Maria de Fátima.

Adélia também remexe o baú das recordações. “Entrei em abril de 95, no outro prédio também. Lá, fazíamos um teste de captação, éramos avaliados pelos recursos humanos, então acharam que eu tinha que trabalhar com a área de humanas. Fui para a recepção do serviço de saúde, achei perfeito, tanto que não saí mais”, diz a colega.

Foi marcante

Para Maria de Fátima, conquistar uma vaga no lugar onde permaneceria por praticamente toda sua vida profissional foi um acontecimento. Para ela, que vinha de árdua experiência em prontos-socorros, nos hospitais públicos, chegar ao Tribunal foi uma realização. “Meu sonho era ter um emprego público federal. Quando recebi o telegrama do STJ, avisando que eu tinha que vir, não acreditei e falei ‘eu não estou acreditando que vou ser servidora do STJ’. É como seu eu tivesse ganho na loteria”, sorri ao recordar.

Com cerca de um mês de Casa, certo dia, Adélia se deparou com um fato inesperado. “No outro prédio ainda, eu vinha trabalhar toda feliz quando alguém havia recebido uma ligação dizendo que tinha uma bomba no prédio. Por um acaso, era o dia do meu aniversário e eu pensei ‘meu Deus, logo no dia do meu aniversário, eu vou morrer?’. Chamaram a Defesa Civil, fizeram a busca e felizmente não tinha nada, era falso”, arremata.

Tudo muito diferente

Adélia, que chegou ao STJ já bem pertinho da fase de transição para a nova sede, comenta que viveu a mudança de forma tranquila, mas que se surpreendeu com o que viu. “O novo prédio já estava quase pronto, e a nossa chefe, a dona Inês, nos convidou para conhecer aqui. Nós andamos por isso tudo aqui e eu disse ‘Meus Deus do céu, isso é muito grande, eu vou me perder aqui’. Foi maravilhoso fazer parte dessa mudança”, orgulha-se a servidora.

As colegas lembram ainda que havia muito o que fazer na nova sede para a finalização das obras. “Era tudo barro lá fora, tudo improvisado, não estava tudo pronto quando viemos, foi sendo aos poucos”, conta Maria de Fátima. “Mas mesmo assim, foi muito gostoso fazer parte das mudanças”, concordam as servidoras.

Casa, mobiliário, situações novas, e uma novidade: a tecnologia. “No prédio antigo, fazíamos os agendamentos dos pacientes, manualmente. Aqui foi implantada a informatização. Quando chegamos estavam implantando o sistema Med e o Licenças. Então, já tínhamos que cadastrar os pacientes no computador”, recorda Adélia que em abril deste ano comemora 20 anos de serviço médico do STJ.

Maria de Fátima viveu a mudança com muita expectativa e até mesmo com uma certa desconfiança. “Também recebi o convite para fazer a visita prévia, mas não consegui vir. Então, para mim, era o desconhecido e eu perguntava ‘a gente tem mesmo que ir’? Quando eu vim, me espantei, não me soltei logo, foi aos poucos”, diverte-se a enfermeira que completa, em março deste ano, 26 anos no Tribunal. STJ. “Hoje está bom demais”, dizem juntas as colegas.

Aprendizado não falta

Como tudo na vida, há os bons momentos e aqueles não tão favoráveis. E essa configuração se presenta na rotina das duas servidoras. Elas acompanham a evolução dos tratamentos, a melhoria da saúde dos servidores e seus dependentes. Mas não é só isso. “E às vezes, o lado ruim também. Acompanhamos os casos que precisam ir para a junta médica e nem todos tem um final feliz, quando isso acontece ficamos arrasadas, sempre”, solidariza-se Adélia.

Da mesma forma, analisa Fátima. “Tudo é aprendizado, são lições de vida, até mesmo para você melhorar”. E ela toca em um ponto que considera fundamental. “O respeito. É preciso respeitar o outro e isso você vai levar para a vida inteira.

Adélia também tira uma lição que considera fundamental. “Como é importante ouvir o outro. É importantíssimo para uma pessoa que chega aqui e nós termos a paciência de ouvir o que ela está precisando. Muitas vezes, elas precisam mais de desabafar do que de um atendimento. A paciência é uma lição muito grande e a gente vê o quanto nossos problemas são pequenos. Então, poder ajudar alguém que não está bem, é uma satisfação enorme, não de vaidade, mas de poder colaborar, oferecer conforto e ver a pessoa sair um pouco mais calma”, reflete a colega.

Sem medo de ser feliz

Ao falar da carreira que abraçou, Fátima não deixa dúvidas. “Eu amo minha profissão, sempre quis ser enfermeira, desde criança. Eu dizia que seria ou professora ou enfermeira. Eu quis essa profissão e gosto, sou muito satisfeita”, enfatiza.

Adélia Cerqueira traduz seu sentimento de satisfação com o desempenho de suas funções. “Eu gosto de lidar com pessoas, gosto de ouvir as pessoas, de resolver os problemas delas. Eu vesti a camisa mesmo e nunca tive vontade de sair, penso muito na minha satisfação, no prazer que eu sinto em vir aqui e dar minha contribuição”, revela.

Após anos de trabalho, dividindo responsabilidades diárias, as duas são unânimes em dizer que, no local em que atuam, a rotina de atividades transcende o vocábulo trabalho. “O serviço de saúde é uma grande família, o ambiente é muito bom, a equipe de saúde é uma equipe familiar”, afirmam.

Cor de rosa choque

As servidoras não deixam passar despercebida a data comemorativa à mulher, celebrada no dia 8 de março e transmitem sua mensagem.  “Em primeiro lugar quero dar os parabéns a essas mulheres, na verdade, a nós mulheres, pelo ponto em que chegamos, que elas continuem firmes no seu papel de mulher, dona de casa, mãe, profissional. Que elas, ao em vez de focar somente no desgaste a que tudo isso nos leva, que foquem no ponto em que já chegamos para que nós tenhamos gás para ir mais além”, encoraja Adélia Cerqueira.

Maria de Fátima assina embaixo e complementa. “Como as coisas mudaram... As mulheres estão mais conscientes e atentas, procuram mais esclarecimentos. Estamos mais bem informadas sobre as prevenções. Parabéns pelo nosso dia, para essas mulheres guerreiras, força, coragem e vamos à luta”.

 

 

Reportagem: Márcia Romão

Edição: Karla Bezerra

Fotos: Sérgio Amaral

Revisão de português: Larissa Rocha 

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