Este mês, o Tribunal definiu a nova versão do Processo Ágil de Desenvolvimento de Software STJ. Por meio da Instrução Normativa STJ n. 5/2022, o PDS Ágil descreve de forma simples as práticas adotadas pela Coordenadoria de Desenvolvimento de Soluções de Software (CDES/STI) para o desenvolvimento eficiente de programas, trazendo atualizações e evoluções baseadas na cultura de trabalho da Corte. O documento substitui a primeira versão do Processo Ágil, criada em 2018. Além de desenvolver aplicações com rapidez e qualidade, a metodologia ágil ajuda a fortalecer a segurança de dados no Tribunal.
O PDS imprime uma abordagem atual à gestão de projetos no órgão capaz de incrementar interações e dar mais eficiência aos processos e fluxos de trabalho. A IN apresenta dois anexos com “o processo e o guia de desenvolvimento seguro”. Eles trazem princípios e diretrizes a serem observados durante o ciclo de vida de elaboração de softwares no STJ, além de competências e responsabilidades envolvidas no processo. O guia mostra ainda diretivas técnicas e boas práticas em relação ao armazenamento de dados.
Para o secretário de Tecnologia da Informação e Comunicação (STI), Rodrigo Carvalho, a metodologia ágil surge como uma proposta alternativa à gestão de projetos tradicionais. “Apesar da predominância do modelo tradicional no mercado, não há como negar que o futuro de desenvolvimento de sistemas será galgado na adoção de metodologias ágeis que trazem vantagens bastante impactantes no mercado de software”, analisa o secretário, traçando um paralelo entre a metodologia ágil e a abordagem tradicional.
Passado x futuro
Segundo Rodrigo, a abordagem tradicional sempre foi pesada, por vezes burocrática, composta por diversas fases e muito orientada à documentação. “O produto era planejado e documentado antes de sua implementação, não havia alterações ao longo desse processo e a entrega ao usuário final era realizada quando todas as especificações tinham sido atendidas. Ao final, muitas vezes, em função do tempo transcorrido, o produto entregue já não atendia completamente à expectativa da área demandante”, explica o secretário.
Hoje, a adoção de metodologias ágeis vem crescendo, sobrepondo-se à abordagem antiga, mais rígida e formal. “O novo modelo se contrapõe ao anterior quando defende o planejamento adaptativo, times auto organizados e multidisciplinares, melhoria contínua e desenvolvimento evolucionário”, defende Rodrigo. Para ele, uma das principais características da metodologia está na redução do prazo de desenvolvimento de software (que às vezes demorava anos) para meses ou semanas.
O coordenador da CDES, Francisco Lima, destaca que, por meio da metodologia, os softwares são construídos e entregues “em pedaços”, ou seja, subconjuntos de funcionalidades completas. “O projeto passa por modificações e aperfeiçoamentos ao longo do desenvolvimento. O trabalho é feito por uma equipe pequena e multidisciplinar, formada por poucos membros de alto nível técnico; além de uma intensa participação do servidor demandante nas diferentes etapas. Aliás, a participação de servidores da unidade solicitante é fator de sucesso para o bom andamento do projeto”, conclui Francisco.
Outros benefícios incorporados com a metodologia ágil são: o aumento da qualidade, a melhoria na previsão de cronograma e custos, a mitigação de riscos e a evolução incremental do software conforme a demanda.
Opinião do usuário
Para o coordenador de Classificação e Distribuição de Processos (CCLA/SJD), Jorge Cruz, o método potencializa resultados aproximando a demanda da solução. “O desenvolvimento de projetos no sistema da Secretaria Judiciária é uma tarefa complexa. Envolve definições negociais, entendimento sobre o funcionamento, inovações na forma de trabalho, arquitetura de cenários e descoberta de soluções tecnológicas para cada situação. Com a adoção da metodologia, Jorge garante que é nítida a redução da distância entre o que se planeja e o que se realiza. “O produto final é muito mais aderente”.
Outro aspecto, segundo o coordenador, é a relação positiva criada entre as áreas judiciária e tecnológica. “O convívio entre a SJD e STI é diário. Passamos a compartilhar, estudar, buscar alternativas, agindo diante de questões negociais e tecnológicas que surgem o tempo todo, tratando de forma conjunta. Apesar do trabalho de desenvolver o sistema da SJD ser muito técnico, exigir horas de dedicação, tudo acontece de forma leve, com bom astral e cumplicidade. A TI está de parabéns pela escolha do método”, comemora.