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24 de março de 2021 - ed. 1567

Serviço social: um elo invisível
 

“O serviço social funciona como um elo invisível que ajuda a suprir as carências não atendidas pelos protocolos. Nesses tempos de pandemia, isso tem sido muito importante para equilibrar as demandas de servidores, que muitas vezes não sabem o que fazer.”

A declaração é da colega Jessyca Pacheco Pozzi, assistente social da Seção de Assistência Psicossocial (SEAPS/SIS). A servidora foi uma das indicadas na enquete Quais Mulheres Inspiram Você no STJ?, promovida pela Secretaria de Serviços Integrados de Saúde (SIS). A iniciativa faz parte da campanha Desafio Feminino – Retratos, que visa destacar, durante o Mês das Mulheres, o trabalho e a atuação de servidoras e outras colaboradoras no Tribunal.

A assistente social não se considera merecedora da homenagem. “Eu entrei no Tribunal há pouco tempo, meados de 2020; portanto, acredito que não contribuí tanto assim”, opina. Para ela, na área de saúde, o trabalho é sempre fruto da união de todos. “Nossa equipe é muito acolhedora e todos fizeram de tudo para me apoiar”, declara a servidora.

Redes de apoio

“Nada do que eu sou hoje foi realizado sozinha, eu devo as conquistas na minha vida ao apoio dado por inúmeras pessoas”, destaca.

Jéssyca nasceu em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e conta que desde o ensino médio sua mãe a estimulava a fazer concurso público. “Quando completei o nível médio, em 2013, fui aprovada para um concurso e entrei na faculdade de Serviço Social. Nessa época, Teodora, minha filha, estava com três meses”, recorda. Ela afirma que o marido e a família foram essenciais para completar seu curso e conseguir trabalhar.

Durante a faculdade, ela engravidou do segundo filho, Joaquim. “Mas no segundo filho a gente se vira, já tem prática”, brinca. Após se formar, começou um mestrado. “Eu pensei que, se não começasse logo, eu jamais faria”, diz. Enquanto fazia o mestrado, ela passou a fazer concursos de nível superior. Jéssyca foi aprovada no concurso do Superior Tribunal Militar (STM) e, em março do ano passado, recebeu a mensagem de convocação para o STJ, que estava aproveitando o cadastro de aprovados do STM. “Eu estava no meio de um congresso e nem consegui terminar de ler a mensagem, comecei a chorar”, lembra.

Jéssyca deixou tudo e veio para Brasília. “Meu marido foi muito parceiro, ficou cuidando das crianças, enquanto eu organizava as coisas por aqui. Ele abriu mão da vida dele, no Rio de Janeiro, e me acompanhou”, conta.

Ao mesmo tempo, em Brasília, a ajuda veio de todas as áreas. “Uma amiga do ensino médio ofereceu a casa dela e a colega da SEAPES aceitou ser minha fiadora, para eu alugar uma casa. Não estamos isolados no universo”, recorda, emocionada.

“Nós morávamos bem perto de nossas famílias e somos muito ligados a elas”, explica. No entanto, ela considera que o apoio dos colegas no STJ e a satisfação profissional compensam.

Rodas de Conversa

Segundo a servidora, o seu trabalho também consiste em criar esse tipo de rede para os servidores. “O serviço social preenche uma lacuna. Ajudamos o cidadão ou, no caso, o servidor a exercer seus direitos e, se algo não é coberto, o apoiamos para encontrar alternativas”, esclarece.

Uma das propostas da assistente social foi aplicada no programa Rodas de Conversa, promovido pela SIS para conversar com os servidores sobre saúde mental e física. “Minha sugestão era tratar do Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro. Institucionalmente, chamar os servidores para conversar sobre isso ajudou a enriquecer o debate”, destaca. Ela disse que a atividade foi construída pela equipe da SIS e de outras unidades do Tribunal. “O serviço social também é isso: uma fonte de pautas sobre temas atuais, mas que não percebemos. Nós trazemos demandas dos servidores, para a construção de políticas institucionais”, conclui.

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