Na última sexta (19), aconteceu o Encontro com Gestores: Equilibrando os papéis nos dias atuais. O evento integra o Programa Equilibra e foi promovido, virtualmente, pelo Centro de Formação e Gestão Judiciária (CEFOR). A iniciativa teve como objetivo reduzir a desigualdade de gênero no ambiente de trabalho, criando um ambiente saudável e produtivo. O debate realizado junto aos gestores da casa abordou alternativas para o exercício da liderança, sob diversas perspectivas.
O encontro disponibilizou 100 vagas e foi mediado pela servidora Priscilla Curado, da Seção de Aprimoramento de Competências e Valores Institucionais (SAVAL/CEFOR). Além da participação dos gestores, foram convidados servidores para atuarem como instrutores, pela experiência e pelo conhecimento do tema nas suas unidades de trabalho.
O diretor-geral, Marcos Antonio Cavalcante, ressaltou a importância do evento. “Espero que todos aproveitem ao máximo as exposições e os debates que serão tratados. Assim, vamos contribuir para que um dia os papéis desempenhados por homens e mulheres, em todos os campos de suas vidas, sejam balanceados e equilibrados”.
A coordenadora do Programa Equilibra, juíza-auxiliar Sandra Silvestre, elogiou a caminhada do projeto e a receptividade da comunidade no Tribunal. Sandra destacou a riqueza do encontro para a sociedade, por não limitar a discussão à igualdade entre os gêneros, mas por envolver diversos temas, como saúde mental, saúde da mulher, hábitos de vida mais saudáveis, melhores rotinas de trabalho e compreensão de diversas realidades.
Outra perspectiva
O chefe da Seção de Assistência Psicossocial (SEAPS/SIS), Fábio Angelim, recordou que há dois meses, quando o encontro foi idealizado, não havia como prever o futuro da pandemia. A mudança da rotina das mulheres, durante esta crise de saúde, gerou desgastes físico e mental ainda maiores.
“Trabalhar com equidade de gênero terá um impacto extremamente relevante. Não só como lidamos com o nosso trabalho, mas como cuidamos dos nossos colegas, dos nossos familiares e das pessoas mais vulneráveis na nossa comunidade”, disse Fabio.
O chefe da SEAPS ressaltou o quanto o machismo ainda é real na sociedade. “Os comportamentos relacionados a gênero, não causam mais desgastes as mulheres somente pela divisão de tarefas de casa. Mas, é a ideologia machista que condiciona as mulheres à responsabilidade de cuidar da família nuclear, dos parentes, da casa e ainda trabalhar”, avaliou.
“Antes da pandemia, falava-se em tripla jornada. Agora, os papéis se misturam e viraram uma única jornada, como muitas dizem - ‘a eterna jornada das mulheres’. Nós como homens, temos o dever de equilibrar os papéis em casa”, ressaltou Fábio Angelim.
De acordo com o psicólogo, países governados por mulheres foram mais bem-sucedidos na contenção da pandemia. As autoridades femininas seguiram à risca as pesquisas e os ensinamentos científicos, aplicando medidas mais restritivas de segurança, para evitar o alastramento do vírus. Ele também relatou que a letalidade da Covid-19 entre homens é maior do que entre as mulheres, pois elas tendem a se cuidaram mais.
Servidores
A servidora Tatiana Estanislau, da Ouvidoria do STJ, abordou as diferenças entre ser reativo e proativo diante de críticas recebidas, em todos os âmbitos da sociedade, inclusive no trabalho. A ouvidora reforçou a importância da Ouvidoria para dar sugestões, feedbacks e fazer reclamações. “O setor é um canal entre os servidores e a administração, que busca dar auxílio às demandas dos servidores e seus gestores. A comunidade do Tribunal pode ficar tranquila quanto ao anonimato de seus relatos. Precisamos dessa contribuição, pois só assim vamos conseguir mudar o nosso ambiente de trabalho'', exaltou Estanislau.
A servidora Solange Rossi, secretária de Gestão de Pessoas e integrante do Projeto Equilibra, destacou a importância da empatia no contexto atual de pandemia. “Gestores e servidores precisaram adaptar suas vidas e conviver com o medo do vírus e de perder pessoas do seu ciclo de convivência. É muito importante trabalhar esse sentimento, principalmente durante a pandemia, onde todos estão trabalhando de casa e com novas rotinas”, disse.
Alessandro Garcia Vieira, assessor-chefe da Assessoria de Ética e Disciplina, encerrou a ação de treinamento. Ele apresentou dados relativos aos meses da pandemia e abordou a necessidade de atenção à empatia dos gestores com seus subordinados. O assessor alertou para o fato de que é preciso flexibilizar o percentual de pessoas na escala presencial e os horários de trabalho, como mais uma forma de minimizar as contaminações no ambiente profissional. Quanto ao pessoal que está em sistema remoto, o assessor propôs aos gestores evitar as mensagens fora do horário do expediente e pactuar as entregas esperadas de cada um, fixando prazos factíveis e considerando o contexto de pandemia, evitando uma eventual sobrecarrega ao servidor.