A Organização Mundial de Saúde (OMS) assevera que a imunização salva milhões de vidas e é amplamente reconhecida como “uma das intervenções globais em saúde de maior sucesso e mais economicamente viáveis". Mas, apesar da ampla divulgação sobre a importância da vacinação, ainda existem milhões de crianças que não são vacinadas ou não têm acesso aos programas completos de vacinação.
Além disso, mitos que circulam nas redes sociais diariamente têm influenciado a baixa da vacinação na população infantil brasileira. Nesse contexto, a médica pediatra Fabiana Paiva, da Seção de Assistência Médica (SASME/SIS), e o médico cardiologista Daily Margoto, coordenador de Saúde Ocupacional e Prevenção (CSOP/SIS), aproveitam a oportunidade para esclarecer algumas dúvidas.
Vacinação x TEA
Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações, em 1998 foi publicado um artigo em que o autor afirmava ter encontrado relação entre a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e o autismo. Posteriormente, foi descoberto que ele recebeu pagamento de escritórios envolvidos em processos de indenização contra indústrias farmacêuticas.
Uma meta-análise publicada na revista Vaccine em junho de 2014 concluiu que a vacinação não está associada ao autismo ou a doenças do espectro autista (TEA), e que os componentes das vacinas (timerosal ou mercúrio) ou as vacinas multidoses também não estão associados ao TEA. Diante disso, devemos estar alertas à importância da vacinação regular, que é um direito da criança, garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Perguntas frequentes
Existem vacinas que necessitam de renovação?
VERDADE. Algumas vacinas precisam de pelo menos três doses para produzir uma resposta imunológica eficaz, como a vacina contra Hepatite B. Outras necessitam de reforço, como a Tríplice Viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), que precisa de uma dose de reforço, e a dT (vacina contra difteria e tétano), que deve ser reforçada a cada 10 anos. Por último, a vacina da gripe sofre modificação em sua composição anualmente, e por esse motivo deve ser realizada todo ano.
É perigoso tomar várias vacinas de uma vez?
MITO. A aplicação de mais de uma vacina no mesmo dia não traz riscos adicionais para a saúde, além dos efeitos adversos próprios das vacinas. A única ressalva é não realizar mais de uma vacina de vírus vivos no mesmo dia, em menores de dois anos (por exemplo, febre amarela com tríplice viral). Nesse caso, deve-se respeitar o prazo de 30 dias entre as vacinas.
As respostas foram formuladas pela médica pediatra da SIS, Giulianna Felizola. Mais informações podem ser obtidas no ramal 9808.