O Brasil é um país diversificado e muito rico culturalmente. No entanto, tamanha diversidade não tem sido fator impeditivo para a recorrência da intolerância racial, religiosa ou relativa à orientação sexual e identidade de gênero.
Nessa terça (16), foi celebrado o Dia Internacional da Tolerância com o objetivo de estimular a prática da tolerância, do respeito, do diálogo e cooperação entre diferentes culturas, povos, civilizações e doutrinas. No mês passado, o STF decidiu que o crime de injúria racial é imprescritível e inafiançável. Com isso, o prazo para condenar alguém por uma ofensa racista passa a ser ilimitado, ou seja, sem tempo específico para que o Estado possa punir o agente causador do dano.
Os dados mostram que, em 2020, pelo menos 237 pessoas morreram por conta do preconceito racial. De acordo com dados do Atlas da Violência, em 2018, 75,7% das vítimas de homicídio no Brasil eram negras. No contexto histórico, de 2008 a 2018, o número de homicídios de pessoas negras no país aumentou 11,5%, já entre pessoas não negras caiu 12,9%. O risco de um homem negro ser assassinado é 74% maior e para as mulheres negras a taxa é de 64,4%.
O Brasil, mesmo sendo um país laico, é composto em sua maioria por religiosos cristãos; em razão desse padrão instituído informalmente, o cristianismo é considerado a religião tradicional do Brasil. Entretanto, a intolerância religiosa é recorrente com as outras religiões, principalmente com as de matriz africana. Os registros da Ouvidoria da Secretaria da Justiça e Cidadania mostram que em São Paulo ocorreram 129 relatos de intolerância religiosa contabilizados apenas nos sete primeiros meses de 2021.