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19 de março de 2021 - ed. 1564

Sinais da inclusão
 

“Eu amo o que faço! E me sinto privilegiada por ter encontrado tão jovem a minha profissão: ser a voz do surdo, fazer com que ele tenha acesso a conhecimentos que os ouvintes têm de forma tão fácil. Para mim, ser essa ponte é mais que um trabalho, é uma satisfação pessoal.” As palavras de Leydi Mendes, uma das intérpretes de Libras do STJ, traduzem o sentimento dos profissionais que ajudam a comunidade surda a se conectar ao mundo, por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Hoje o Tribunal conta com o apoio de doze intérpretes e tradutores de Libras, que trabalham nas sessões de julgamento, nos programas feitos pela TV, webinários, eventos – inclusive nas campanhas desenvolvidas pelas unidades, como no caso da Seção de Assistência Fisioterápica, que recentemente lançou um vídeo, com janela de sinais, sobre dicas para manter a saúde física na pandemia. Esses “agentes da inserção social” conquistam espaços cada vez maiores na sociedade, conferindo respeito e dignidade às pessoas surdas.

Há uma diferença entre traduzir e interpretar. Esses conceitos às vezes se confundem: o tradutor trabalha com textos escritos ou disponibilizados em vídeos e tem tempo hábil para consultas e correções. Esse é o caso de alguns programas editados pela TV. O intérprete traduz, em tempo real, assumindo riscos de falhas e imprevistos, muitas vezes fora do seu alcance. Como exemplo, temos a participação dos intérpretes nas sessões de julgamento. “Quando o surdo diz ‘entendi o que você falou sobre aquele processo’, é uma realização muito grande para nós”, afirma Leydi.

 

Preparar-se para o melhor

A intérprete e tradutora brasiliense, de 31 anos, trabalha com Libras há sete. Ela explica que os requisitos para o exercício da profissão envolvem graduação, capacitação e experiência comprovada – que, no caso do STJ, é de seis meses a um ano. Além de formação e habilidade, o trabalho exige fluência, ética, postura, consciência de equipe, conhecimento do contexto que será interpretado, troca de experiências, preparo prévio, entre outros aspectos. O Dia do Tradutor e Intérprete é celebrado em 30 de setembro.

A coordenadora de Acessibilidade e Inclusão (ACI), Simone Pinheiro Machado, lembra que o STJ disponibiliza outras ferramentas de apoio a pessoas com deficiência auditiva. Uma delas é o sinalizador de Libras Avatar, encontrado no site do órgão. O Avatar é um aplicativo que converte os conteúdos da internet em linguagem de sinais. Segundo Simone, o app (aquelas mãozinhas que aparecem no canto direito da tela) garante o acesso dessas pessoas aos conteúdos on-line.

“Esse recurso é feito para aqueles com deficiência completa, que não falam o português, que não são oralizados, pois existem surdos que são oralizados, ou seja, usam aparelho auditivo e conseguem amplificar e escutar a voz. Eles fazem leitura labial. Quem usa Libras não é oralizado, só entende a língua das mãos.”   

A quem possa interessar

Simone adianta ainda que neste ano a unidade está preparando seis turmas, não só de nível básico, para quem quiser conhecer um pouco mais a Língua Brasileira de Sinais. “Os tradutores geram dignidade a essas pessoas em situação de deficiência auditiva completa. Elas se sentem parte de um todo, porque alguém conta para elas o que está sendo dito; é uma profissão de muita responsabilidade e doação”, destaca a coordenadora.

A prestadora de serviço Leydi Mendes admite que o “risco” de trabalhar com Libras é se envolver cada vez mais. “A gente normalmente começa sendo intérprete, de forma voluntária, trabalhando em igrejas, órgãos, palestras, apenas com o intuito de integrar os surdos; mas, depois, descobrimos que essa pode ser a nossa profissão, que podemos ser uma ponte de comunicação, a acessibilidade para essas pessoas”, orgulha-se a intérprete.   

 

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