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22 de janeiro de 2021 - ed. 1525

Tsundoku 6: recomendações ministeriais
 

Além de seu profundo conhecimento jurídico, o ministro Felix Fischer é conhecido como amante da literatura. A pedido do ConexãoSTJ, o ministro gentilmente sugeriu algumas obras completas para todos os admiradores dos melhores autores.

1) Machado de Assis – Obra Completa (Editora Nova Aguiar – 2015): Considerado o maior escritor brasileiro, Machado teve origem pobre, trabalhou como tipógrafo e retratou como poucos a sociedade do Império na segunda metade do século XIX. Jornalista, poeta, dramaturgo e tradutor, ele fez por merecer o epíteto de “Bruxo do Cosme Velho”. Famoso por seu humor irônico, o autor foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Entre suas obras de destaque, estão Dom Casmurro e O Alienista. Uma boa opção para conhecer toda a obra deste mestre é o site do Ministério da Educação: machado.mec.gov.br, que reúne seus escritos, vídeos, as críticas literárias e uma linha do tempo.

2) Lima Barreto – Obra Reunida Barreto (Editora Nova Fronteira – 2018): Escritor e jornalista brasileiro, Barreto foi um dos melhores escritores pré-modernos. Famoso pela crítica à sociedade do país, tratou de temas como nacionalismo e preconceitos de classe e raça. Negro, o escritor sabia bem como era o preconceito – tanto que cunhou uma frase genial: “A inteligência dos negros é discutida a priori; a dos brancos, a posteriori”. Entre seus livros mais importantes, estão O triste fim de Policarpo Quaresma, Recordações do Escrivão Isaías Caminha e Clara dos Anjos. Além dessa coleção, é possível comprar toda a obra de Lima Barreto em formato digital na Amazon.

3) William Shakespeare (Inglês: Complete Works – Race Point – 2014. Português: Obra Completa – Editora Nova Aguiar – 2020): Shakespeare está para o teatro como Da Vinci está para a pintura: são parte da cultura universal. Poeta e dramaturgo, o autor inglês é um dos escritores mais influentes de todos os tempos, ganhando o apelido de “O Bardo”. O ministro Fischer destacou duas obras favoritas. A primeira é Hamlet, a tragédia do príncipe dinamarquês Hamlet, que vai à loucura para vingar o assassinato do pai, cometido pelo próprio tio. Nela aparece a frase mais famosa de todo o teatro: “Ser ou não ser: Eis a questão”. A outra peça selecionada pelo magistrado é Júlio César, que narra a conspiração contra o primeiro imperador romano. Outra frase memorável do Bardo surge na obra: “Até tu, Brutus?”, dita quando o filho adotivo de César o esfaqueia pelas costas.

4) Fiódor Dostoiévski (Edição Bilíngue [Francês e Russo] – L’Accolade Editions – 2017. Português: Obra Completa – Nova Aguiar – 2008). Ninguém é maior na rica literatura russa que Dostoiévski. Poucos autores mergulharam tão profundamente nos conflitos e na psique humanos. Além da literatura, o autor se destacou com escritos sobre política, filosofia e arte. O ministro Fischer tem preferência por Os Irmãos Karamazov, a história dos irmãos Dimitri, Ivan e Aliocha, filhos de um homem imoral. Publicado postumamente, o volume é considerado a obra-prima de Dostoiévski e explora questões como a fé, o livre-arbítrio, a crueldade e a família.

5) Thomas Mann (Português: Obra Completa – Nova Fronteira – 2010). Escritor, romancista e crítico social, Mann tem uma obra extensa, sendo A Montanha Mágica uma das mais famosas. Esse livro mostra o desenvolvimento mental e político do personagem Hans Castorp. O ministro Fischer destacou dois outros livros do autor alemão. Os Buddenbrook mostra o declínio de uma família mercante alemã, durante quatro gerações. Mann fez uma profunda pesquisa para dar realismo à sua narrativa, e a obra ganhou um Nobel de Literatura, em 1929. A outra é Doutor Fausto, na qual a tradicional lenda alemã de uma barganha demoníaca é recontada. Essa história já havia sido contada por Goethe e outros autores, gerando um interminável debate sobre quem deu a melhor versão.

 

6) Liev (Leon) Tolstói (Português: Obras Completas – Nova Aguiar – 2004. BOX Grandes Obras de Tolstói – 2010). Outro gigante da literatura clássica russa, Tolstói foi um dos maiores autores do realismo e costumava fazer grande pesquisa para suas obras e usar suas próprias experiências. A obra eleita pelo ministro Fischer foi Guerra e Paz, um dos maiores romances já escritos. A obra tem como pano de fundo as invasões napoleônicas de 1812 na Rússia e, para compor suas mais de 1.200 páginas, o autor visitou os campos de batalha, leu depoimentos de veteranos e pesquisou amplamente, além de usar suas próprias experiências na Guerra da Crimeia. Nesse livro Tolstói fez uma profunda análise psicológica dos personagens, de suas relações e dos efeitos da guerra, também criticando a hipocrisia da aristocracia do século XIX. Outras grandes obras do russo são Anna Karenina e A Morte de Ivan Ilitch.

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