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29 de dezembro de 2020 - ed. 1508

Alimento para a alma
 

Sabe a mesa de jantar? Como você a tem usado? Ela é uma peça de mobiliário para decoração ou um apoio para receber os objetos quando chega da rua? Em vez disso, que tal usá-la para sua real finalidade: compartilhar a refeição, confraternizando com as pessoas amadas?

Com um pouco de criatividade e um bocado de carinho, a servidora Erika Lúcia de Carvalho Carneiro, do NARER, garante que sua mesa pode se tornar esse espaço de grandes encontros.

O prazer em preparar mesas para a família começou cedo. “Desde muito nova, sempre gostei de receber, de arrumar a mesa e cuidar da refeição”, recorda. Depois do casamento, percebeu que essa habilidade se intensificou, mas foi com a pandemia que ela pôde aperfeiçoar o hobby. “Passei a fazer mais mesas e até criei um perfil no Instagram, @casachicmesaposta, para divulgar meu trabalho, incentivada pela minha sogra, que acolhemos neste momento”, lembra.

Repassando o conhecimento

Inspirada em fatos do cotidiano e datas comemorativas, Erika ensina a montar mesas, dá dicas de culinária, entre outros temas. Ela mesma fez o leiaute da página no Instagram e tira as fotos.

“Não precisa ter muita coisa para compor uma mesa posta – tem muitos objetos que podem ser readaptados e tornam a mesa muito bonita. Eu mesma faço a maioria dos porta-guardanapos”, comenta.

Comunhão nutridora

O livro A experiência da mesa, da americana Devi Titus, uma das mais reconhecidas conferencistas e escritoras cristãs da América do Norte, traz à tona o princípio da mesa e destaca que “não existe experiência de vida que substitua a conexão e o significado criados ao comermos juntos à mesa”. Para ela, o importante é a troca de afeto, pois é essa troca que constrói uma família.

Estão aí também as motivações de Erika! A anfitriã ressalta “ser a refeição uma hora de comunhão para conversas com olho no olho, sem muito celular, e que tem o poder de restaurar famílias... Tenho visto momentos importantes de resgate”. Ela comenta como a pandemia trouxe um freio à correria da rotina, pois antes de tudo isso acontecer as pessoas mal se sentavam para comer. A vida moderna, o excesso de compromissos, o tempo escasso e a negligência agora têm dado lugar a mais qualidade na comunicação e ao fortalecimento das relações.

Um ótimo convite é fazer da mesa um lugar atrativo para todos os membros da família, utilizando-se de combinações de cores e sabores. “Sentar-se para fazer refeição em uma mesa bonita e bem arrumada é um gesto de carinho, é mostrar como as pessoas são importantes”, comenta Erika. Para ela, não é trabalho, mesmo tendo que fazer tudo, desde cuidar do banheiro a preparar o cardápio. “Faço tudo com muito amor!”, repete alegremente algumas vezes durante a entrevista.

  

A ciência e a religião

Refeições familiares são recomendadas pelas cinco maiores religiões do mundo – judaísmo, islamismo, budismo, hinduísmo e cristianismo. E o princípio é não apenas o partilhar do pão, mas também a transmissão de doutrinas, valores, ideais e posturas, fato também comprovado pela ciência. A socióloga alemã Ângela Keppler conduziu uma pesquisa com 300 famílias alemãs, onde se demonstrou que famílias que optam pelo velho hábito de conversar durante as refeições, em vez de assistir à televisão, obtêm maior harmonia e fluidez em suas relações.

Estudos da Escola de Pedagogia de Harvard, nos Estados Unidos, revelam que quem compartilha regularmente as refeições com a família, além de comer melhor, tem mais bem-estar físico e emocional. No Centro Nacional de Dependência e Abuso de Drogas da Universidade de Columbia (EUA), foi descoberto que quanto mais refeições são feitas com os pais, mais os filhos se dão bem na escola; além de ter menos probabilidade de beber, fumar, usar drogas, ficar deprimidos, brigar ou desenvolver distúrbios alimentares.

(Informações extraídas do sítio https://comunhao.com.br/o-poder-da-mesa/.)

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