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Uma estrutura clássica na literatura, sagas mitológicas e no teatro são as histórias em três atos: o início, o começo e a conclusão. Alguns autores resolveram expandir o conceito e criar o formato das trilogias, uma série de três livros que aprofundam uma história… E que aumentam muito nossas pilhas de livros que nunca temos tempo de ler (Tsundoku). Aproveite a quarentena para conhecer algumas dessas séries.

Veja aqui outras sugestões de leitura.

1) Divina Comédia – Dante Alighieri. Primeira publicação: entre 1304 e 1321. Alguns podem dizer que não é uma trilogia, mas a obra tem uma perfeita divisão em três atos: O Inferno, o Purgatório e o Paraíso. O livro, na forma de um longo poema, há várias trindades em suas temáticas, como: a razão, o humano e a fé; o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Dante atravessa o inferno, guiado pelo poeta Ovídio, passa pelo purgatório e encontra sua amada Beatriz no Paraíso. Com a intervenção da Virgem Maria, ele vê a face de Deus. Muitas das imagens populares sobre o Inferno e o Paraíso na Idade Média utilizadas até hoje foram criadas por Dante. Uma boa dica é obter uma edição ilustrada pelo gravurista francês do século XIX Gustave Doré. Em tempos graves como os nossos, vale lembrar uma célebre colocação de Dante: os neutros, em tempos de crise, são condenados ao círculo mais profundo do inferno.

2) O Senhor dos Anéis – John Ronald Tolkien. Primeira publicação: entre 1954 e 1955. Uma continuação de O Hobbit, mostra em seus três volumes (A Sociedade do Anel, As Duas Torres, Retorno do Rei) a saga do hobbit Frodo, do humano Aragon, do elfo Legolas, do anão Gimli e de seus aliados para destruir o anel que dá o poder ao mestre da escuridão, Sauron. Uma das trilogias mais conhecidas de todos os tempos, O Senhor dos Anéis é uma história complexa, com dúzias de personagens, línguas artificiais e uma cuidadosa mitologia criada por Tolkien. A trilogia inspirou uma série de três filmes que são recordistas de público e de premiações no Oscar.

3) Trilogia Essencial – Patrick Mondiano. Primeira publicação: entre 1991 e 1993. A estrutura da obra quebra um pouco a clássica estrutura, com flashbacks e saltos no tempo. A obra mistura biografia e romance nos volumes Flores da Ruína, Remissão da Pena e Primavera de Cão. A história gira em torno da tentativa de entender o suicídio de um casal, que aconteceu há mais de 30 anos. Mondiano – que posteriormente ganharia um Nobel de Literatura – consegue traduzir nesses três livros a sensação de desamparo e inquietação da era contemporânea.

4) Trilogia 1Q84 – Hauki Murakami. Primeira publicação: entre 2009 e 2010. Uma obra que retrata a cultura japonesa contemporânea sem estereótipos com uma história incomum. Uma assassina profissional que não deixa rastros e um professor de línguas que se torna o ghostwriter de uma de suas alunas. A obra tem diversas alusões ao livro 1984, de George Orwell, e a história dos personagens converge de uma maneira surpreendente. Mas não vamos estragar a supresa.

5) Trilogia da Escuridão – Guilhermo Del Toro e Chuck Hogan. Primeira publicação: entre 2009 e 2011. Quem conhece os filmes de Del Toro (diretor de Hellboy e o Labirinto do Fauno) sabe a capacidade do diretor de criar ambientes oníricos, sombrios e surpreendentes. Com Hogan, narra uma história de vampiros que foca mais na ciência e na biologia. Uma praga de vampiros se alastra pelo mundo, enquanto cientistas correm contra o tempo para detê-los.

6) Trilogia Millenium – Stieg Larsson. Primeira publicação: entre 2005 a 2006. Uma história tensa, que envolve temas pesados, como violência contra mulheres, violência e crimes de guerra. O jornalista Mikael Blomkvist (considerado um alter ego de Larsson) é convocado para investigar o desaparecimento da neta de um milionário. Nas investigações, ele recebe ajuda de Lisbeth Salander, uma talentosa hacker com vários problemas de comportamento. Blomkvist descobre uma série surpreendente de fatos sobre o crime e a própria Salander. Após a morte de Larsson, a série foi continuada com outros dois volumes, com outros autores, mas os fãs continuam preferindo os livros originais.