Reunir momentos e julgamentos marcantes da história do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por meio de fotos, vídeos e textos. A exposição multimídia STJ 30 anos, 30 histórias mostra a relevância das decisões e dos projetos da Corte na vida dos brasileiros e a sua trajetória desde a criação, com a Constituição Federal de 5 de outubro de 1988, e instalação, em 7 de abril de 1989. A abertura da mostra aconteceu nessa quarta (2), no mezanino do Edifício dos Plenários, e a exposição pode ser visitada até 19 de dezembro.
“A Corte alcançou a posição de tribunal das causas mais importantes para o país e no patamar mais elevado estão homens e mulheres, crianças e idosos, trabalhadores urbanos e rurais, gente de toda cor, toda crença, toda condição econômica, indivíduos que aguardam decisões céleres, rápidas e efetivas de nossa Corte. É para essas pessoas que o STJ existe. Alguns desses personagens são hoje homenageados na exposição STJ 30 anos, 30 histórias”, afirmou o presidente do STJ, ministro João Otávio de Noronha.
Segundo o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, a mostra é uma oportunidade de preservação da história da Casa. “São 30 anos dando o exemplo. É um Tribunal muito ativo e produtivo e que, sobretudo, presta relevante serviço à sociedade brasileira. Está de parabéns o presidente João Otávio de Noronha, que homenageia a história deste Tribunal”, destacou o corregedor.
De dezembro de 2018 a abril deste ano, foi divulgada no portal do Tribunal a série STJ 30 anos, 30 histórias, que apresentou as diferentes perspectivas de pessoas que contribuíram para o desenvolvimento do Tribunal ou tiveram impactos em suas vidas em razão de suas decisões. Idealizada pela Secretaria de Comunicação do STJ (SCO), a exposição surgiu em decorrência das histórias apresentadas nessa série.
Cerca de 200 pessoas compareceram à cerimônia de abertura, incluindo o presidente do Superior Tribunal Militar (STM), o ministro almirante de esquadra Marcus Vinicius Oliveira dos Santos e os ministros do STJ Laurita Vaz, Og Fernandes, Raul Araújo, Marco Aurélio Bellizze e Antonio Saldanha Palheiro.
Histórias de vida
As fotos dos personagens que tiveram suas histórias apresentadas na série de reportagens que originou a exposição tornaram-se ainda mais reais com a presença de algumas dessas pessoas no evento. Entre eles, estavam Luiz Lopes Batista, o primeiro servidor com deficiência do STJ; Adealdo Ferreira Cardoso, que conseguiu remição de pena e reconstruiu sua vida após a prisão; a família Fischer, que viu esperança para o tratamento de sua filha em um julgamento do STJ favorável à importação direta de canabidiol; Ailton Valença, torcedor do Sport Club de Recife que viu seu time ser o único campeão de 1987 após uma decisão do STJ, entre outros.
Já aposentado, o primeiro servidor com deficiência do STJ, Luiz Lopes Batista, afirmou que participar da exposição é uma forma de reconhecimento. “Sinto-me muito grato porque todo o esforço que fiz foi reconhecido pelos meus colegas e pelo órgão. Estou muito feliz de estar aqui hoje. Dos meus 35 anos de trabalho, 28 eu passei aqui”, declarou.
A gratidão também motivou Adealdo Ferreira Cardoso a declarar a sua alegria em participar da exposição. Atualmente pastor de uma igreja evangélica, afirmou que esse momento foi uma forma de mostrar que é possível a plena ressocialização de ex-presidiários. “Estava preso e obtive o benefício da remição. Meu caso foi um exemplo de superação por eu ter passado por esse tempo e depois de ter saído da prisão ter dado a volta por cima. É possível haver mudança, desde que a pessoa receba oportunidade. A matéria foi mais voltada para a questão da remição, mostrando que cumpri o tempo de prisão trabalhando e isso me ajudou a adquirir minhas progressões”, esclareceu.
Comunicação
Toda a SCO envolveu-se no projeto – Coordenadoria de Imprensa e Conteúdo, Coordenadoria de TV e Rádio, Coordenadoria de Multimeios e Fotografia. “A ideia começou na Coordenação de Imprensa e Conteúdo, que tinha o projeto de fazer uma série para comemorar os 30 anos do Tribunal com 30 reportagens que relatassem julgamentos importantes que marcaram a história do país e mudaram a vida das pessoas, e também momentos institucionais importantes, como a construção do prédio e o início da digitalização dos processos, em que o STJ foi pioneiro”, recordou a secretária de Comunicação, Juliana Neiva.
Segundo Juliana, outro diferencial da exposição é a interatividade, inclusive para as pessoas com deficiência. “As fotos que ilustram as histórias apresentadas na série de matérias estão agora na exposição, que é acessível aos cegos graças aos textos em braile e à audiodescrição. Trata-se de uma exposição multimídia, com vídeo e QR Code. As pessoas podem ver as fotos e acessar as matérias correspondentes para conhecer mais sobre aquele fato”, explicou Juliana.
Para Rodrigo Lopes de Aguiar, um dos redatores da série de matérias, “a exposição STJ 30 anos, 30 histórias marca o encerramento do projeto especial de reportagens sobre as pessoas que simbolizam a trajetória de três décadas do Tribunal. Por meio da linguagem fotográfica, capaz de gerar impacto e emoção, unimos em uma mostra artística ministros e partes, servidores e colaboradores, buscando em suas memórias e seus relatos reconstruir a história do STJ”, afirmou.
Dinamismo
A Coordenadoria de Multimeios cuidou do leiaute espacial da exposição. Segundo a designer Anna Caroline Marques, a ideia era dispor os elementos de forma a chamar a atenção de quem passa pelo segundo andar do Edifício dos Plenários. “Pensamos em um modelo diferente, mais dinâmico. Queríamos que quem estivesse passando pelo mezanino ficasse curioso para olhar o conteúdo da exposição”, explicou.
Para Anna, o projeto foi bastante desafiador. “Lembro que foram elaborados uns três leiautes diferentes, até conciliar as normas da arquitetura e os tipos de material disponíveis. Também foi necessário fazer orçamentos de materiais diferentes que, muitas vezes, não eram encontrados com facilidade em Brasília”, esclareceu Anna Caroline.
Imagens
A fotografia ocupou lugar de destaque na exposição. Para o fotógrafo Gustavo Lima, o trabalho representou “uma oportunidade de mostrar por meio da arte da fotografia e da imagem os 30 anos do Tribunal. Foi um privilégio realizar esse trabalho e enfrentar o desafio de fazer as imagens em locais diferentes. A equipe da fotografia, formada por seis profissionais, sentiu-se muito gratificada com o produto final de tanto esforço”, concluiu.
Os vídeos que acompanham algumas das imagens da exposição multimídia foram feitos pela equipe da Coordenadoria de TV e Rádio. Em dois monitores, haverá a audiodescrição das imagens que os acompanham. Em um terceiro monitor, será exibido um compilado das histórias de alguns dos personagens da exposição. As imagens exibirão legendas e também poderão ser acompanhados por meio de textos em braile.
“A ideia é tornar a exposição bem acessível para quem não consegue enxergar ou ouvir. Todos os vídeos foram produzidos pela equipe de TV. Foi uma experiência muito interessante, porque foi possível ver os reflexos das decisões do STJ na vida dos cidadãos, o impacto que os julgamentos têm nas vidas das pessoas”, esclareceu Eduardo Moura, coordenador de TV e Rádio.