Um selo é mais do que a mera estampa que representa o pagamento de uma correspondência. Ele também é um trabalho artístico que homenageia personagens, representa povos e lembra datas importantes.
E o STJ tem um criador dessas obras. A servidora da Coordenadoria de Desenvolvimento de Pessoas Maria Isabel Frantz Ramos é artista filatélica dos Correios. Em junho deste ano, ela teve um selo de sua autoria escolhido para representar o Ano Internacional de Agricultura Familiar 2014. Foi o primeiro selo com essa temática a ser emitido pelos Correios no Brasil.
Formada em psicologia, a servidora entrou no STJ em 1992 e sempre teve interesse em arte. “Fiz um curso em design de joias e trabalhei como joalheira e ourives. Depois, atuei em diagramação e design digital no Tribunal”, conta.
Nesse período, a artista também cursou programação visual no Senai e, em 2009, fez mestrado em artes plásticas em Portugal. “Minha formação é eclética e o mestrado gerou um impacto importante no meu trabalho: comecei a valorizar a arte à mão livre”, destaca.
Representando o Brasil
Isa é cadastrada nos Correios desde 1997 e já elaborou oito selos. Ela recebe um briefing da empresa, juntamente com uma pesquisa sobre o tema do selo e uma lista de elementos que devem estar presentes na obra.
Normalmente são convocados três artistas, que são selecionados por um comitê. Uma das emoções do trabalho é receber cartas com selos que ela mesma criou: “Já recebi algumas com meu trabalho e acho muito divertido”.
A artista faz a própria pesquisa, especialmente das referências visuais que serão incluídas na arte. Para ela, o selo tem que ter uma linguagem direta e sintética para transmitir a mensagem num espaço reduzido. A arte final produzida tem seis vezes o tamanho original do selo. “Eles também têm que ter uma estética bonita, pois vão representar o país em coleções filatélicas de todo o mundo”, ressalta Isa.
Exposição
A versatilidade de Isabel também está exposta nas telas. A mostra Nexos em Trânsito, que será inaugurada nesta quarta (17), fica no Espaço Cultural até o dia 1º de outubro. As obras podem ser admiradas de segunda a sexta, das 9h às 19h. Nas telas, a artista retrata a religiosidade, a mitologia e a cultura popular por meio de seres como centauros e sereias, entidades como Iemanjá e santos do povo como São Jorge. Não deixe de conferir!