A cada Janeiro Branco busca-se difundir a ideia de que o mundo precisa de um pacto pela saúde mental, para que fique claro o seguinte: Quem cuida da mente, cuida da vida! E quando o assunto é saúde mental, todo cuidado conta!.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), há cerca de 300 milhões de pessoas diagnosticadas com depressão no mundo e, ainda, um preocupante crescimento de estresse crônico, distúrbios de comportamento e outros.
A campanha Janeiro Branco enfatiza a importância da participação das pessoas, sociedades e Estados na promoção da saúde mental. Este é o momento em que cidadãos, psicólogos e outros profissionais da saúde apresentam reflexões, orientações para chamar a atenção sobre os cuidados consigo e com os outros. Participar das lutas por políticas públicas em defesa da saúde mental de todos também faz parte das ações deste mês (Home - Janeiro Branco).
Novas rotinas, mais cuidados
Em nível mundial, muitos pesquisadores têm alertado para a precarização do acesso aos serviços de assistência em saúde mental durante a pandemia da Covid-19. Ao mesmo tempo, existe um número crescente de pessoas psicologicamente desgastadas, de lutos complicados, de insegurança sanitária e de medo de infecções. Tudo isso afeta profundamente as famílias e as comunidades.
“Destinar um tempo para pensar sobre como pensamos e sentimos os efeitos do que vivemos é um exercício essencial para o cuidado com a saúde mental”, adverte o chefe da Seção de Assistência Psicossocial (SEAPS), Fábio Pereira Angelim.
No Superior Tribunal de Justiça (STJ), a equipe de saúde mental ampliou os trabalhos ao longo de toda a pandemia da Covid-19, mas os efeitos psicológicos são notórios. Estudos revelam o aumento desse desgaste, causado pela perda das rotinas saudáveis, como os encontros com amigos e parentes; o homeschooling (ensino domiciliar), e os problemas econômicos.
“Este ano de 2022 começou com uma nova onda da COVID-19 exigindo mais uma vez a intensificação dos esforços de prevenção e atenção à necessidades de assistência das pessoas. Continuamos vivenciando uma pandemia e precisamos nos fortalecer psicologicamente para continuar zelando pela saúde pessoal e da comunidade”, recomenda Fábio.
Segundo o psicólogo, problemas como depressão e ansiedade podem provocar baixa de imunidade e levar ao surgimento de outras doenças. “Quadros psicológicos podem levar à perda de vínculos familiares, ignorar cuidados pessoais, não aderir aos protocolos sanitários de prevenção e tratamento da Covid-19”, exemplifica. Ele ressalta o quanto é difícil falar do próprio sofrimento e a importância de conversar sobre os desafios psicológicos de cada um.
“Ninguém está pronto para viver o medo perder pai, mãe ou outro ente querido, ou colega de trabalho. Falar a respeito das nossas dificuldades é o começo do processo de consciência que nos prepara para lidarmos com esses desafios e com os desgastes psicológicos decorrentes”, afirma.
Programas pela saúde
O STJ oferece o Programa de Saúde Mental, executado por uma equipe multiprofissional da Secretaria de Serviços Integrados de Saúde (SIS). “Começamos mapeando os quadros mais frequentes e a gravidade deles. A partir daí, fazemos ações de prevenção”, explica Fábio.
Entre essas ações, estão o Cuidado Emocional na Maternidade, voltado para gestantes e mães no puerpério; Temas em Saúde Mental, divulgados periodicamente na intranet, e cursos de Gerenciamento do Estresse.
Na pandemia foram identificados os grupos de risco para transtornos mentais, entre os servidores, e definiram-se ações de intervenção para cada um deles. Ao longo do ano, serão realizados atendimentos em grupos com participação livre.
Outras informações podem ser obtidas no e-mail [email protected].