Educador financeiro, especialista em finanças corporativas e dirigente, por anos, do Sicoob na área de fiscalização financeira. O colega Sartre Gonçalves Santos é pós-graduado em psicologia positiva e coach; acima de tudo isso, o servidor da Secretaria de Serviços Integrados de Saúde é detentor de simpatia e energia singulares.
Com mais de 15 anos de atuação na área de finanças pessoais, Sartre coroa a caminhada com o livro Dinheiro do bem, lançado durante o Chá com Arte 2020.
O começo
A intimidade com os números começou bem cedo. O pai de Sartre era professor de matemática e ele seguiu pelo mesmo caminho. “Isso me deu uma perspectiva interessante sobre os números, era algo que eu fazia e gostava, além de considerar importante”, recorda.
Em 2003, Sartre, quando chefiava a Seção de Projetos e Programas de Recursos Humanos, foi convidado para conversar a respeito do endividamento dos servidores. “O limite legal para os empréstimos consignados é de 30%, mas à época o diretor-geral vinha recebendo pedidos para aumentar essa margem e percebeu que isso seria um problema”, relembra Sartre, ao contar não ser incomum servidores chegando a comprometer até 60% do salário com dívidas.
Assim, ele iniciou a construção de um projeto de educação financeira para os servidores. No primeiro momento, o trabalho andou em conjunto com a área de assistência social, a fim de entender o motivo de tantos empréstimos e identificar os servidores. Na sequência do projeto, foram produzidas palestras, cursos e cartilhas voltados para as finanças pessoais, com o objetivo de capacitá-los para saírem da situação de endividamento e encontrarem o equilíbrio financeiro.
Renasce o professor
Quando estava à frente dessa empreitada, Sartre percebeu ser um assunto que realmente o atraía. “Tudo isso despertou em mim a necessidade de buscar mais conhecimento, de me dedicar à área com mais afinco”. Ele se especializou por meio de treinamentos virtuais e presenciais. E, por já ter formação em consultoria interna de Recursos Humanos, logo passou a atuar como consultor, o que permitiu auxiliar as pessoas a saírem do endividamento.
Em 2015, migrou das consultorias financeiras para o coach financeiro, e a mudança impulsionou o desenvolvimento de sua própria metodologia. Foi então que o professor decidiu escrever um livro para organizar os aprendizados e resultados vivenciados. “Você acha que escrever um livro é muito fácil, né? Vou sentar aqui e escrever, vou pegar a referência de outros autores e logo sai, em 6 meses ou 1 ano, o livro está pronto!”, brinca ele, ao contar dos cinco anos de gestação da obra.
Não era para menos, pois foi na aplicação de seu método como coach individual que ele pôde aparar as arestas da proposta e enxergá-la para um funcionamento mais concreto e efetivo. “Ele é a visão geral de tudo que eu passo nos meus treinamentos – suporte para que as pessoas construam uma melhor organização financeira e possam buscar prosperidade para a vida delas”, afirma.
Os três As
Para o coach, muitos dos erros financeiros acontecem por questões comportamentais: não porque você deixou de organizar e acompanhar o seu dinheiro, “mas sim porque o seu comportamento não permitiu a mudança daquele hábito, daquela crença sobre o dinheiro”. E foi partindo dessa premissa que ele chegou aos três As apresentados no livro: Auditar, Autoconscientizar e Aplicar.
O primeiro, auditar, é uma investigação nas contas pessoais, para deixar que os números declararem os bons e maus hábitos financeiros. O segundo é autoconscientizar; por meio da observação e descrição de si, clarear quem realmente a pessoa é para, assim, poder assumir a responsabilidade por sua vida e por seu futuro. Depois de todas essas informações reunidas, chega a hora de aplicar os recursos da melhor forma possível, entendendo os medos capazes de atrapalhar o poupar. Neste ponto, Sartre fala também sobre mercado financeiro e empreendedorismo. Para conferir os detalhes, acesse o livro em http://www.dinheirodobem.com/.
Vidas transformadas
Entre as muitas histórias, ele se lembra de uma colega que o procurou há uns cinco anos. Com a nomeação no concurso, ela teve seus ganhos mensais multiplicados e se achou rica por conta do novo salário, chegando a uma situação muito complexa de gastos e dívidas por conta do uso descontrolado de cartões de crédito. “Fizemos um trabalho baseado na metodologia, enxergando o comportamento e onde deve-se dizer sim ou não, percebendo o que a levava a ter tantos gastos”, explica Sartre, que completa, com alegria: “hoje ela está curtindo a vida, sem dívida nenhuma”.
Outro caso que ele destaca foi de uma pessoa que não era endividada, mas estava passando por apertos para sustentar a casa e o filho, com seu recém-conquistado salário de R$ 3 mil líquidos. De forma voluntária, Sartre conseguiu que ela se reorganizasse financeiramente e alcançasse novas perspectivas financeiras. Assim, obteve uma renda extra e quatro anos depois estava comprando um terreno, construindo sua casa e vivendo um novo estilo de vida. “São coisas que realmente impactam a vida da gente, perceber que conseguimos levar conhecimento que transforma, que torna a vida das pessoas melhor”, conclui.